O meu pai foi o melhor contador de estórias que conheci, conseguindo que eu guarde memória do tempo que foi dele, e que me precedeu, com a mesma clareza de tudo quanto me foi dado viver. No detalhe de cada pessoa, da história e dos lugares e, sobretudo, nas emoções. Nos quatro meses após a sua partida, em julho de 2020, e sem qualquer objetivo inicial que não fosse tomar notas que me pusessem a salvo da possível erosão da memória causada pelo tempo, escrevi este livro que partilho convosco. Muito mais do que uma breve epístola da saudade, alimentei aqui, escrevendo, o futuro de um beijo que eu jamais deixarei morrer. Esta é a brevíssima história do meu pai. E todos, por mais simples que sejamos, e que se nos recorde o berço, temos a possibilidade de mudar o mundo, deixando-o melhor e fazendo-o sorrir.