Editado por ocasião da exposição Alberto Carneiro: Árvores, flores e frutos do meu jardim (desenhos e esculturas), com curadoria de Catarina Rosendo, na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, de 10 de Janeiro a 21 de Fevereiro de 2015. Por uma espécie de efeito metonímico, os jardins de Carneiro contêm todas as suas paisagens imaginadas, e experimentar e vivenciar todos os fenómenos naturais que o ciclo das estações impõe ao seu jardim é penetrar o interior de todas as conotações antropológicas e pictóricas ligadas à ideia de paisagem e aos horizontes largos e infinitos que ela sempre sugere. Ao fixar em imagens as impressões obtidas pela apreensão das diversas intensidades do vento, do espectáculo de uma flor que emerge do bolbo, do restolho das folhas de Outono, ou do aroma dos frutos colhidos, Carneiro faz viajar a sua imaginação por dentro das suas qualidades mais íntimas, transportando-se para dentro delas através do desenho e justificando uma sua frase, de 2004: «Nestes desenhos estou eu no meu jardim.» [Catarina Rosendo]