O corpo duplo, o verdadeiro ou o seu reflexo. O golden boy do surrealismo e o seu mais amado suicida. «Na nossa família suicidamo-nos muito.» René Crevel [Paris, 1900 - Paris, 1935]: «O Meu Corpo e Eu ficou como sua obra mais célebre. Jogo de alternâncias, ficção e realidade autobiográfica a inventarem um corpo duplo, seu e de uma imagem no espelho, a impossibilidade de qualquer deles ser o verdadeiro ou o seu reflexo. As limitações desta experiência escrita e idealista fizeram-no aspirar à solução prática do mesmo angustiado inquérito, para ele o comunismo - "comunicação universal dos corpos, das línguas, do corpo da língua e da língua do corpo" - e neste entusiasmo a impossível coabitação, a do Surrealismo e do Comunismo unidos na expressão universal de um promissor destino para a humanidade.» [Aníbal Fernandes]