Em "Disse-me António Montes", João Bosco da Silva faz a musa poética regressar ao convívio da Natureza, retomando uma linha secular, provinda de poetas grandes, mas interrompida com os caminhos ora artificiais ora metafísicos seguidos pela poesia nas últimas décadas. A natureza - tão presente e inscrita na alma do transmontano - regressa assim ao seu papel de agente transfigurador do eu poético, por meio da qual este ora se revela ora se escondeà talvez por detrás dos montes.