De Maria Ramajal Jorge se pode dizer com toda a autenticidade que se trata de uma polígrafa. Efectivamente, a sua obra, já com algumas dezenas de títulos, espraia-se pelo conto - Ventos de Leste\Raianos e Contos de Miragaia, entre outros -, a novela - Amor a Fundo Perdido, v.g. -, crónica - Rumo ao Egipto, Com Isbade na Lembrança -, o livro infantil - A Minhoca Bailaroca, O Gato Tabu -, os estudos regionalistas - A Capeia -, o humor - Tempo de Rir. Mas é essencialmente poeta. De Fogaréu a Na Flor da Velha Idade, publicações intervaladas por quarenta anos, mas com notáveis revelações pelo meio, comprovadamente em Minha Lira Salvatério, Amor de Sombras e Luz e Ave-Água Suave e Mansa, são constantes as adorações do estro. Trata-se de uma poesia a um tempo personalizada e universal, onde as percepções mais intimistas nos surgem paredes meias com evocações generalistas e o culto pela Terra Patrum se carrega de Matria, osmotizando-se perfeitamente o efémero com o perene e até o eternal, o personalista com o genericamente humano.