"Em Cinema EL DORADO propõe-se um percurso que começa na adopção de um modelo de figuração e narrativa assente na tradição da Pintura e do Teatro naturalistas (Diderot, Antoine e Griffith) e se prolonga na subversão deste paradigma levada a cabo pelas vanguardas europeias dos anos 10 e 20 (os futuristas italianos, a primeira vanguarda francesa e o expressionismo alemão), que proclamavam a especificidade da linguagem cinematográfica e fizeram do cinema um meio não tanto de ""reprodução"" como de ""criação"" de uma (nova) realidade que incorpora, nas suas mutações, o próprio cinema (Jean Epstein e Sergei Eisenstein). O ""macgufin"", ou o ""fil rouge"", deste conjunto de textos - que contempla também a relação dos autores de ""Orpheu"" com o cinema, ou alguns filmes de Manoel de Oliveira -, talvez seja a hipótese de uma imagem pensada, do duplo ponto de vista da sua formação e do seu funcionamento, como um ""corpo folhado de espectros"" (simulacros) que dá a ver (visibiliza) o próprio trabalho (invisível) do mundo."