«Num penetrante texto, e com um estilo inconfundível, singularizado pela precisão e por uma notável naturalidade, o autor resume o seu conteúdo central numa pequena mas ambiciosa frase: "a busca da felicidade na sua plenitude mais pura. Não dos prazeres esporádicos e fugazes que a vida nos vai dando aqui e ali, mas antes de uma felicidade absoluta e plena". (à) A complexidade e a vulnerabilidade das relações pessoais, a experiência da vida como aventura principalmente interior e, sobretudo, o inconformismo e a inadaptação encontram¬ se bem presentes no trabalho de Ricardo Barros, onde a nitidez e a articulação das ideias que assinalam o seu estilo adquire uma precisão extraordinária. Não é estranho que no universo narrativo desta obra sobreleve a sensação de que está muito particularizado um latejo íntimo que reflete a desorientação e a perplexidade do ser humano, que emerge de um olhar literário muito peculiar do seu autor e que responde, sem dúvida, à sua própria experiência vital. Talvez a parte mais importante desta obra seja o lugar que é conferido às perguntas contínuas que a personagem fictícia formula acerca do significado dos comportamentos e das atitudes e que abre caminho à exploração de mundos novos e, muitas vezes, ocultos, situando como objeto da literatura as contradições da condição humana. Certamente que a natural diversidade de opiniões sobre uma obra desta natureza indica que é nova, complexa e vital. Quando os críticos e os leitores divergem o autor está de acordo consigo mesmo.» [Licínio Lampreia]