O conjunto de ensaios publicados neste volume revela o interesse da autora pelas múltiplas e variadas formas através das quais os homens e mulheres da Idade Média se relacionavam com o sagrado. Em todos os momentos e circunstâncias da vida, desde as práticas lúdicas e festivas, passando pelas solidariedades confraternas ou pelo isolamento ascético, até à ´passagem´ da morte, as marcas da transcendência são uma constante. A própria construção cronística está ancorada nessa transcendência. É por demais evidente que, nos temas aqui abordados, as representações e os comportamentos individuais ou colectivos estão, de modo consciente ou inconsciente, bem enraizados em crenças. Eles conduzem-nos aos territórios do sagrado.