Ao longo dos séculos, a aliança inglesa constituiu o principal ponto de referência das relações externas de Portugal. Forjado em finais do século XIV, o matrimónio pragmático entre as duas nações marítimas conseguiu sobreviver aos assaltos e mutações em que a história europeia foi fértil e chegar intacto ao século XX. Com as alterações sistémicas produzidas pela Segunda Guerra Mundial, porém, a protecção que a Grã-Bretanha formalmente dispensava às colónias portuguesas - uma das principais razões de ser da aliança - foi posta em causa. A forma como Londres geriu o seu processo de descolonização afectou significativamente a estabilidade do império português e o relacionamento entre os dois aliados. Baseado numa investigação exaustiva, Os Despojos da Aliança oferece-nos uma perspectiva inédita da crise final do colonialismo português e do acidentado processo de descolonização que se lhe seguiu.