Partindo das origens do sentimento amoroso e das suas raízes católicas, o autor disserta, neste livro de cariz essencialmente teológico, sobre a essência deste sentimento e a importância que nele assumem a partilha, a aceitação das diferenças entre os sexos e a inerente procriação, salientando permanentemente a complementaridade entre o Homem e a Mulher. O Autor estrutura a sua argumentação de acordo com os três aspectos que, a seu ver, são os fundamentais na relação amorosa entre Homem e Mulher: A primeira parte, intitulada «O eu e o tu», pretende assinalar os aspectos fundamentais da diferença sexual: o Homem e a Mulher são essencialmente diferentes, embora complementares, e é de acordo com essa diferença que se define a natureza do ser humano: «O eu é-o em si e por si, mas precisa do outro para se realizar». A segunda parte, intitulada «Amo-te», é dedicada ao dom de si, a paradoxal lei evangélica do «perder-se para se encontrar». Só perdendo-nos na entrega através do amor pelo outro é que nos podemos encontrar a nós mesmos em toda a plenitude. «O amor gera amor» é o título da terceira parte, que aprofunda o tema da fecundidade e em especial da procriação, porque «não há nada como o nascimento de um filho [...] para nos colocar perante a evidência de uma coisa que, embora vinda de nós, nos ultrapassa sob todos os aspectos. Por um lado, sentimos que não há nada mais profundamente nosso. Por outro, com a mesma intensidade, percebemos que nada é mais recebido.» O Autor refere ainda que a existência de ataques permanentes de uma mentalidade dominante à unidade do Homem e da Mulher faz com que as descobertas científicas que procuram separar os três factores constitutivos que caracterizam a sua união (a diferença sexual, a entrega e a fecundidade) sejam muitas vezes encarados, erradamente, como uma conquista de liberdade - como se, por exemplo, liberto da sexualidade, o amor pudesse finalmente elevar-se à categoria de sentimento puro, elevado, espiritual;ou como se a fecundidade, por estar submetida à relação física entre o Homem e a Mulher, pudesse ser totalmente controlada, como se de uma experiência científica se tratasse. Angelo Scola apresenta assim um texto em que explica o que entende pela relação amorosa entre o Homem e a Mulher à luz da doutrina católica, fazendo-a assentar nos três factores acima referidos - as diferenças entre o sexo feminino e o sexo masculino, a entrega ao outro e a fecundidade - e esclarecendo que são estas três condições que fazem desta relação um CASO DECISIVO DE AMOR e que qualquer eventual alteração a este conjunto de factores alterará inevitavelmente o verdadeiro sentido da relação amorosa entre o Homem e a Mulher.