Desde há já algumas décadas que a temática do colonialismo europeu tem vindo a merecer crescente atenção por parte da comunidade académica do mundo ocidental, assim como por parte da sua opinião pública. Em boa medida fruto da viragem cultural que as Humanidades foram conhecendo a partir de meados do Século XX, a este interesse não serão alheias as reflexões de ordem cultural, política, sociológica ou filosófica em torno de conceitos como alteridade, interculturalidade e multiculturalismo, nem, evidentemente, os vários ´choques´ culturais ou civilizacionais que têm marcado os primeiros anos do novo milénio e que, desse modo, transportaram para o espaço da discussão e da opinião públicas uma temática de contornos reconhecidamente complexos.