Esta obra analisa o tema das drogas na época dos descobrimentos e da conquista da América, quando os indígenas do México e Peru entraram em contato com os espanhóis. As fontes utilizadas para a análise sao relatos recolhidos por religiosos que viviam em contato com as populaçoes autóctones.Evitando anacronismos, o autor conjuga as percepçoes típicas dos séculos XVI e XVII sobre as drogas e a filosofia moral. Em meio a esta encruzilhada, do específico e do geral, Alexandre Varella explicita as justificativas que embasam a formaçao das sociedades americanas.Dentre os clérigos analisados destacam-se o dominicano Bartolomé de Las Casas e o jesuíta José de Acosta, teólogos importantes que discutiram o significado e as formas de organizaçao das sociedades no Ultramar. Quanto aos assuntos abordados pelos tratados escritos por esses teólogos, é dado especial destaque à questao das medicinas que embriagam frequentemente vinculadas às práticas idolátricas.Alexandre Varella mostra que a conclusao que os europeus chegaram, particularmente quanto aos sacrifícios indígenas regados com drogas, era a de que o costume criava a desordem social e intelectual por falta da verdadeira ciencia. A partir de um tema específico e da forma como as substancias foram nomeadas e consideradas lícitas ou ilícitas, o livro nos permite compreender o espírito das normas que buscaram reger as sociedades em construçao.