Este livro traz um inspirador retrato de Margarida Bulhões Pedreira Genevois, uma das mulheres mais combativas e importantes na defesa dos direitos humanos e na promoção da cidadania no Brasil.Preside nte honorária da Comissão Arns, três vezes presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e fundadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos, Margarida foi por muitos anos braço-direito de Dom Paulo Evaristo Arns em sua cruzada pela justiça social e contra as diversas violências de Estado, principalmente durante a ditadura militar e no período de redemocratização.Em sua mesa na Cúria Metropolitana ou em missão pelos grotões do Brasil, orientou familiares de desaparecidos políticos, combateu a Lei de Segurança Nacional e a tortura, enfrentou a cultura do extermínio e a pobreza, somou-se à luta contra o racismo e em favor dos direitos das mulheres. Segundo Dom Paulo, \"Margarida soube unir nossa Comissão Justiça e Paz e dar a ela um sabor patriótico e heroico\".Representando o cardeal, Margarida esteve em Cuba e nos Estados Unidos, no Chile e no Haiti, na Nicarágua e na África do Sul, na Rússia e no Japão - e também no Araguaia, no garimpo de Serra Pelada, na Casa de Detenção do Carandiru.Agora, aos 98 anos, compartilhou suas memórias e seus arquivos - um armário e duas paredes repletas de prateleiras abarrotadas - com o biógrafo Camilo Vannuchi. Ao longo de um ano, o autor pôde mergulhar na história de Margarida, sua infância no Rio de Janeiro dos anos 1920, a educação francesa e intensamente religiosa que adquiriu nos colégios Sacre-Coeur e Sion, o casamento com um engenheiro francês, a experiência de viver por mais de duas décadas numa grande fazenda no interior de São Paulo, onde a Rhodia, gigante da indústria química, cultivava cana-de-açúcar e produzia álcool para abastecer a linha de produção. E também o despertar para a ação social, o engajamento, o profundo compromisso com os direitos humanos e a democracia.