«No interior, a partir do que é distinto forma-se um espírito solene. Tão simples são porém as imagens, tão sagradas, que muitas vezes realmente se teme descrevê-las. Os celestiais, porém, sempre clementes, tudo de uma só vez, como ricos, possuem-nas, virtude e alegria. Tudo isto pode o homem imitar. Pode um homem, quando a vida é puro esforço, olhar para o alto e dizer: assim quero eu ser também? Sim. Enquanto perdurar ainda no coração a amabilidade, a pura, não será infortunadamente que o homem se mede com a divindade. Será Deus desconhecido? Será manifesto como o céu? ù antes o creio. É do homem a medida. Pleno de mérito, mas poeticamente, assim habita o homem nesta terra. Mais pura porém não é a sombra da noite com as estrelas, se me é permitido dizê-lo, do que o homem, de quem se diz que é uma imagem da divindade. Existirá na terra uma medida? Nenhuma existe.» [De F. Hölderlin, Num ameno azulà] Os textos e as imagens deste livro reportam-se a Éden - o filme desta terra, André Maranha e Tomás Maia, 2012 Eva: Alessandra Salvini;Adão: Diogo Saldanha;Voz: Ursula Rütt-Hamacher Extractos de Num ameno azulà, e de Notas sobre Antígona (II), de Friedrich Hölderlin;Traduções de Bruno C. Duarte Suporte: Película 16 mm, cor, c. 30´