Em A Correspondência de Fradique Mendes, Eça de Queirós cria uma das suas personagens mais cosmopolitas, que exprime as ideias e também as ilusões da vanguarda cultural portuguesa da época. Como escreveu M. Jong num breve ensaio sobre Carlos Fradique Mendes: «No século XIX era sob a forma de gentleman que a literatura europeia exprimia muitas vezes o ideal social contemporâneo. Historicamente, esse gentleman é o sucessor do chevalier da Idade Média, do cortesão da Renascença, do l´honnête homme do século de Luís XIV e do homem sensível da época de Rousseau. Não surpreende pois que em Portugal, um Carlos Fradique Mendes tenha surgido por uma espécie de geração espontânea das reflexões e aspirações de um grupo de jovens superiormente dotados e amplamente abertos às correntes das ideias europeias.»