A vila continua a ser uma rua, como escreveu Namora. So? que agora, essa rua, ja? na?o me parece ta?o grande como quando usava um bibe branco, com folhos no peitilho e barra bordada pela ma?o de minha ma?e. ¶ As casas sa?o as mesmas, com as suas monumentais chamine?s. Os beirados ainda bordam o limite entre o branco das paredes e o vermelho acastanhado das telhas. Ao entardecer, a luz da cal continua a revelar tons dourados que inundam o casario quando os poentes descem no horizonte. A prac?a e? a nossa sala de visitas e espelha a beleza da nossa terra. Tudo nela e? harmo- nioso, apesar da singeleza. A alvura das paredes, a trac?a acolhedora das casas, a limpeza da calc?ada, tudo nos convida a saborear um espac?o de tranquilidade e paz. Nesta prac?a temos o edifi?cio da Junta de Freguesia com o seu brasa?o que nos recorda tempos remotos em que o morgadio da vila foi doado va?rias vezes pela Coroa a grandes senhores do Reino. Ale?m disto, ha? tambe?m o coreto, em volta do qual, em noites de festa do Santi?ssimo Sacramento, la? pelos fins do Vera?o, depois das colheitas, no arraial ainda hoje se pode danc?ar ou assistir ao encanto do fogo-de-artifi?cio, comprar rifas na quermesse ou afogar alguma ma?goa num copo de vinho ou cerveja [Custo?dia Casanova]