O Tratado Médico-Filosófico sobre a Alienação Mental faz sistema com a prática clínica e de gestão hospitalar do seu autor. Inspirado na tradição hipocrática e no ideal iluminista e filantrópico da Revolução Francesa, Pinel empreende a tarefa de curar os doentes mentais e reintegrá-los na vida social. A evolução do seu pensamento acompanha a sua experiência na Salpêtrière. A segunda edição (1809) da obra, que é posta à disposição do público leitor, é uma versão mais elaborada e reflexiva do que a da primeira edição (1801). A avaliação da obra teórica e prática de Pinel continua a ser objecto de uma controvérsia que poderá revelar-se fecunda, decorridos mais de dois séculos. Trabalho realizado no âmbito do projecto PTDC/FIL/64863/2006 - Filosofia, Medicina e Sociedade, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.