A Grande Transição é sobre o significado real das utopias. Por um lado, sobre a utopia geral, abstracta e obrigatória dos mercados globais, por outro, sobre a utopia concreta dos mercados de proximidade entre produtores e consumidores. A Grande Transição é sobre uma nova antropologia cultural do mundo rural, sobre a formação de comunidades de interesses em busca de laços comunitários para o sentido da vida, em contacto directo com o chão físico e biológico. A Grande Transição é sobre o decoupling entre a produção e os recursos, sobre a biopolítica da produção por via da economia da biodiversidade e dos ecossistemas, sobre a desmaterialização dos processos produtivos e sobre o decrescimento sereno. A Grande Transição é sobre a grande fusão entre os direitos naturais e os direitos sociais e humanos, o primado do acesso sobre a propriedade e da economia de serviços sobre a economia da produção. A Grande Transição, finalmente, diz respeito à utilidade social do respeito. Do respeito pela pessoa da natureza e pela natureza da pessoa humana. Do respeito pela diversidade dos futuros, hoje, e pela diversidade dos presentes, amanhã.