« É uma poesia aberta à imagem, à metáfora e, subliminarmente, à ironia. O calcanhar de Narciso é o lugar possível da nossa fragilidade como o foi, na lição homérica, o de Aquiles. Mas essa ironia é a ponte segura que nos conduz a uma reflexão sobre a nossa identidade e uma alteridade que possa ser também nossa, o jogo entre a beleza e a fealdade, a busca das nossas feições e a do "rosto antes do espelho", a oscilação "entre parecer e ser" - oscilação essa, diga-se desde já, que ao tocar no ser encontrará a substancialidade verbal da própria poesia. [...] Rosa Alice Branco nos seus poemas revela uma poesia que se tornou amadurecida e plena, na continuidade de uma obra que se salienta pela sua qualidade.»