O reconhecimento da importância do espólio recolhido no lugar de S. Miguel da Mota para o património arqueológico local, regional, nacional e transfronteiriço, associado determinação do Município em consolidar o território concelhio, a partir da promoção da qualidade de vida local e da valorização cultural e turística do seu património material e imaterial, conduziu-nos ao investimento na análise, no debate e na promoção da visibilidade das problemáticas que dele decorrem e que implicam uma abordagem integrada, plural e interdisciplinar das suas realidades culturais. João Grilo (Presidente da C. M. de Alandroal) Fundou este templo no sítio em que depois se fundou a vila de Terena, duas léguas de Vila Viçosa, entre o sul e o nascente. E foi tão frequentado pelos portugueses que de toda a Lusitânia concorriam ali a oferecer sacrifícios e a cumprir suas romarias. Chamavam a este ídolo na língua antiga Endovélico. Ainda hoje se vê o seu nome em muitas pedras que ficaram do tempo dos romanos que os duques de Bragança mandaram levar de Terena a Vila Viçosa e algumas estão postas no frontispício do templo do convento do meu Pai Santo Agostinho, das quais referirei somente as inscrições de duas, as quais são desta maneira: ENDOVELICO / SACRUM, MARCUS JULIUS / ANIMO LIBENS / VOTUM SOLVIT cuja significação é: Dom consagrado ao Deus Endovélico, Marcus Julius veio com vontade pronta cumprir seu voto´. Pode-se crer que os mancebos e as donzelas daquele tempo se encomendariam quele ídolo e lhe faziam alguns votos e a que dariam cumprimento depois de conseguirem o que pediam, como teria acontecido a este Marcus Julius. E assim deixou para memória aquela pedra. Frei Agostinho de Santa Maria (c. 1690)