A forma de dizer o nome de Deus foi sempre plural. A pluralidade de olhares é uma marca destas entrevistas, que reflectem diferentes palavras e modos diversos de olhar o mistério insondável a que se chama Deus. E que tanto podem provir de um cristão católico ou protestante, de uma muçulmana ou de um judeu, de um budista ou um não-crente. Nelas se debatem cortinas de dogmas que por vezes tolhem a possibilidade de um debate sério e mais rico sobre muitas das questões que a Deus e à humanidade dizem respeito. Ou revela-se o espantoso empenhamento radical de mulheres e homens na construção de uma «parábola de comunhão» para a casa comum da família humana. Ou ousa-se propor novos horizontes aos modos de olhar. As entrevistas foram inicialmente publicadas no Público (em alguns casos, apenas em versões reduzidas) que, desde a fundação, «deu uma atenção moderna e esclarecida ao noticiário religioso», como um dia escreveu Eduardo Prado Coelho. O facto de estes textos serem agora reunidos muito fica a dever a essa atitude fundadora e à concretização que António Marujo lhe imprimiu.