O abandono de crianças na Roda dos Expostos, que ocorreu em Portugal e em toda a Europa durante alguns séculos, foi o reduto construido de esperança de muitos progenitores, colocando os filhos à mercê de uma sorte que poderia nunca vir a existir e de uma exígua hipótese de sovrevivência que na maioria das vezes traduzia em morte. A separação física entre mãe e filho provocava rutura na interacção fugazmente criada, porém, a causar efeitos de profundo sentimento à progenitora. Do outro lado do Tempo é a narração de uma dessas histórias de vida que ocorre no sec.XIX, abordando a entrega de uma criança na Roda dos Expostos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pela mãe.