Trata-se de uma poesia onde reinam a alegria e a cumplicidade entre o humano e o divino, um canto do amor nas suas diversas vertentes, sobressaindo o amor ao outro e a essa entidade superior a quem, neste ocidente, chamamos Deus. Depois, há toda uma interioridade do sujeito poético que é revelada em poemas que são verdadeiras declarações de lealdade à humanidade, aos seus e a si próprio, ontem e hoje, interioridade essa partilhada através de um constante diálogo com o outro, dirigindo-se-lhe abertamente em poemas ora interpelativos ora afirmativos. A busca de um ritmo melódico constitui uma linha dominante de toda a poesia do Padre Luís Vieira, ou não fosse ele um cantautor, tentando a construção de rimas e de métricas que permitam embalar o leitor para a leitura prazerosa, quase sem se sentir, como se houvesse um magnetismo musical a entrar pelo ouvido e a empurrar para a frente olhos e mente.