A peça Os Belos Dias de Aranjuez marca o regresso em grande de Peter Handke à escrita teatral. Um homem e uma mulher num diálogo comovente e cúmplice sobre o amor, que deixa adivinhar uma intimidade de vários anos. A troca de recordações íntimas, a primeira vez. As banalidades, às vezes uma certa rudeza, do amor. Ou o que nele nos eleva e ilumina. E, como acontece sempre na escrita de Handke, à mistura com estas recordações, uma atenção singular ao mundo, à natureza, aos pequenos sinais quase imperceptíveis que são indissociáveis dos mistérios do amor. Escrita por Handke directamente em francês, Os Belos Dias de Aranjuez teve estreia mundial, na versão alemã, no Festival de Viena, numa encenação de Luc Bondy, que depois abriria também a temporada do Odéon, em Paris. O realizador Wim Wenders irá realizar um filme a partir da versão francesa, co-produzido por Paulo Branco. Este livro, traduzido por Maria Manuel Viana, é publicado por ocasião da representação da peça na 8.ª edição do Lisbon &Estoril Film Festival, a 12 de Novembro de 2014, com encenação de Tiago Guedes e a participação dos actores Isabel Abreu e João Pedro Vaz. A representação única conta com a presença do escritor e realizador Peter Handke.