"No presente trabalho pretemdemos focar a nossa atenção na crítica em torno do homem ocidental e da sua humanidade e perspectivando o que ainda está para vir, prestamos o devido tributo a Sócrates quando na sua Apologia refere que A vida não examinada não vale a pena ser vivida e nós que passamos parte da nossa existência a examinar os outros, não poderíamos render-nos rotina do quotidiano. O nosso fio condutor foi a perspectiva personalista e humanista, aceitando que sem uma reflexão sobre a condição humana em todo o tempo e lugar, não é possível compreender as contradições do presente e antecipar uma proposta futurante.Paralelamente, temos outro problema que a ciência acrescentou que pode vir a ser o início do recentramento das humanidades e das artes: o progresso e as diversas formas de produção que foi gerando, acabaram com o mito que os homens nasciam com o fado de ter que trabalhar quase toda a vida para serem dignos da existência, pois na realidade actual, têm que ser educados para, desde o nascimento até morte, na sua maioria, não terem que trabalhar. É preciso, portanto, que a escola e seus equivalentes sirvam esta nova exigência da vida do homem ocidental, que Agostinho da Silva tão bem traduz nas seguintes palavras: Não trabalhe nunca;[mas] por favor esteja sempre ocupado. O objectivo central da educação do futuro acabará por ser preparar a viver no ócio, enorme desafio que, tal como se nos apresenta a natureza humana, não será de fácil concretização.