(à) não fui surpreendido pela expressão sentimental e construção abrangente que a sua autora, uma inspirada mulher-poeta, soube imprimir aos seus bem urdidos poemas, numa coerência inabalável perante grandes questões como: os seus familiares mais directos e já desaparecidos, as crianças, o seu inultrapassável amor pátrio, a sua tão bem amada cidade do Porto (Meu Porto, meu berço/ Minha "Pátria Cidade vertical/ De pedra erguida.), e o sentimento de fé perante o Redentor. Mas, para além destas manifestações, Maria Antónia, neste seu terceiro livro, surpreende-me com muito agrado, ao, embalada por uma intensidade poética que muito a caracteriza, nos apresentar uma poesia mais sublimada, principalmente quando aborda as eternas questões do amor, da saudade, da solidão, da natureza e também da morte. Num deambulismo incessante, Maria Antónia patenteia bem a diversidade dos seus sentimentos. Desse seu vaguear poético ressaltam para a sensibilidade dos seus leitores tempos de tristeza e de solidão, mas também de encantamento e de uma sólida afirmação de esperança.