Há uma poesia para lá do amor a um ser que nos completa, para lá do olhar analítico sobre a condição humana, uma poesia que se dirige para a margem do alvo humano, embora seja das mãos do humano que parte doo objecto por ela cantado nasce. Falo da poesia à terra-mãe, natural ou adoptiva, tanto interessa. Uma poesia que tem os poemas mais lídimos representantes e de todos conhecidos inscritos na arte do fado - quem não conhece pelo menos um fado dedicado a Lisboa ou a Coimbra, quem não conhece um Porto sentido? - , mas que não se esgota nessa canção. De certo modo, um poeta, um autor traz atrás de si o cordão umbilical da terra que pisou nos anos de criação da veia donde brotará o verbo, e prestar-lhe o preito de um poema ou de uma obra poucos se esquecem. Luís Abisague, não tendo bebido os primeiros céus na Póvoa, reconhece-se , contudo, como um peixe do seu mar, onde sentiu ter-se começado a cumprir como homem e poeta. Os poemas dedicados à Póvoa foram, assim, emergindo da espuma até darem à praia, fazendo-a "Póvoa Feiticeiraö.