Provavelmente, Camões, se vivesse ainda, não desdenharia ter escrito Portucale, já que nesta obra está muito de si, da sua visão e sentir sobre Potugal. Composto no rasto de Os Lusíadas, Portucale continua a cantar o Portugal dos séculos seguintes á gesta de dar novos mundos ao mundo, combatendo uma certa ideia de nação de que, desde esse momento matricial, nada mais dos Lusitanos vale a pena cantar, abandonados pelos deuses do Olimpo após a chegada à Índia, parecendo que, afinal, Baco venceu. Tiago Lameiras, o autor, quer fazer-nos crer que não.