A história não tem o monopólio de reatualizar e de fazer reviver o passado. Ao seu lado vive a lenda com meios muito diferentes mas com idênticos objetivos. Não se pode valorizar de tal maneira a história - rigorosa, metódica, crítica e pretensamente objetiva - e desvalorizar a lenda - fluida, livre de cadeias estilísticas - como se resultasse de imaginação sem controlo. Afinal, toda a lenda é um documento histórico em sentido lato, já que ela diz alguma coisa sobre as concepções dos que a contaram e finalmente a escreveram;não é independente e de modo algum (ou só em casos mais raros) puro produto da fantasia. Nesta obra, onde se apresentam as lendas e narrativas que o livro bíblico do Antigo Testamento registou, pode o leitor fruir emotivos e interpelantes passos de velhos textos onde se reconhecem algumas das bases culturais da nossa cultura de hoje.