Um leitor dos séculos XVI, XVII e XVIII manuseava, por vezes, sem ter consciência do facto, diferentes tipos de livros: os lícitos, que tinham obtido previamente as licenças necessárias para a sua publicação e para os quais, muitas vezes, os impressores tinham recebido privilégios, que lhes garantiam o monopólio da edição;as contrafacções, feitas ilegalmente a partir de uma edição autorizada, nas quais, frequentemente, se tentava reproduzir quase fotograficamente a obra a imprimir;os proibidos, cujos textos nunca mereceram as autorizações dos censores oficiais;e ainda outros, com textos que nunca foram, sequer, submetidos a aprovação. (à) Se a História da Literatura não ficou indiferente às teorias da estética da recepção, a História do Livro, (à), não poderá deixar de ter em linha de conta estes dois universos diferentes, mas complementares - o do livro lícito e o do livro clandestino (à) [Introdução]