à E o búzio que repousa de tanta viagem, páraà sereno e prazenteiro, Ancestral vozà guardadora de sinfónicas cadências, do mar inteiro, A contemplar, dos relevos de paz da sua cordilheira de velhos anéis, As figuras que flutuam no quadro acesoà lembrando frágeis batéis, Pedaços de vidas emergindo a desafiar-me, e que, densas aguarelas, Se vão desdobrando como num espelho em colorido jogo de janelasà [Francisco Ceia] ******************* Francisco Ceia, autor e intérprete de muitas e belas canções que tem dado a conhecer às gentes das mais variadas latitudes, inicia, com esta obra, uma nova faceta artística através da palavra escrita e feita em livro. É algo de novo face ao seu percurso de músico e também de actor, mas, é de certo modo, um reencontro com temas subjacentes ao seu espírito irrequieto e irreverente de crítico social e político e observador atento e interventivo face à realidade dos nossos tempos. O autor, qual peregrino da vida e do mundo, constrói uma narrativa feita de muitas histórias e entrelaça e entretece a literatura com a poesia, num vocabulário rico pleno de ironia, de burlesco e de humor de fino recorte, relatando histórias de verdade, adocicadas de ficção literária, numa originalidade deveras surpreendente. [Fernando Mão de Ferro]