A efemeridade das artes performativas, que existem num aqui e agora de comunhão participada, está bem expressa na evocação feita pelas inúmeras imagens que sobreviveram ou que insistimos em tenazmente produzir contra o esquecimento. Se a cultura ocidental tornou hegemónico o poder da palavra escrita como forma de conhecimento da arte teatral, a verdade é que para resistir ao seu fatal desvanecimento, desde os seus primórdios o teatro procurou converter-se em imagens. No colóquio internacional de que este livro dá conta, reuniram-se quem estuda o teatro, quem o fixa através da fotografia e quem pensa o estatuto da imagem na cultura ocidental. O (re)conhecimento de práticas teatrais através da imagem, o contributo da imagem como registo ou invenção do teatro, o olhar do fotógrafo, a resistência da matéria teatral e o sonho do historiador, são algumas das linhas orientadoras do debate.