Numa tarde de Primavera de 2008, um professor de Literatura da Universidade de São Paulo, grande teórico de xadrez, é assassinado a tiro numa cafetaria da Baixa lisboeta. A partir deste crime desenrolar-se-á uma complexa teia de situações, envolvendo múltiplas personagens e as relações entre elas. "Xadrez" é, pois, aqui interpretado numa múltipla acepção: de jogo, de símbolo de cárcere e de mosaico de situações. A narrativa, construída como um thriller, viaja entre a actualidade e o final dos anos 60, às lutas académicas, às prisões, às torturas infligidas pela polícia política, à guerra colonial. Esta obra faz parte de uma triologia de romances, autónomos, com histórias e personagens diferentes, que têm em comum 1968, esse annuns horribilis para o regime ditactorial. É nesta interacção entre épocas diferentes que se baseia a lógica narrativa dos três livros - Talvez um Grito, A Mão Incendiada e O Xadrez sem Mestre.