Nesta obra encontramo-nos com uma mulher escritora insubmissa perante qualquer espécie de autoritarismo que soube conciliar exigência moral, ver a vida e descobrir-se a si própria. Do palhaço de serviço velha caduca, não esquecendo o Firmino Jeitoso, todas as histórias desaguam na Lisboa dos bairros típicos. Numa linguagem amadurecida emergem como fonte de escrita dois pilares essenciais: a presença indelével de uma educação militar albergando a visão solidária e gregária que convive em total harmonia com a dimensão aristocrática, normativa e hierarquizada e por outro lado, um olhar o mundo de onde sobressai a preocupação económica e social. As aparentes disparidades destes dois mundos suscitam uma permanente inquietação interior que é bem visível neste Dias do Absurdo. O propósito da obra é claro. Descrever histórias da vida da amada Lisboa através de figuras típicas sublinhando os valores e os costumes suscitando em cada trama a reflexão para as questões sociais desse tempo.