«(...) Kay Pina segue o som da flauta, autorizada por si mesma a atravessar o espelho. Ouve e vê «o choro das rosas» e, quando se distrai, «olha para o homem». Ao longo de XX poemas, a Autora exprime o que podemos considerar um despertar para a luz, o testemunho de uma inquietação metafísica, uma preocupação pela natureza e pelo mistério de todas as coisas. Nos seus versos está tudo: a angústia, a saudade, o sofrimento das multidões e o grito de socorro, a união do natural com o sobrenatural, e, acima disso, o que se esconde nas entrelinhas e é o mais importante de tudo: o indizível, o inefável, o próprio jogo de biombos da Autora, através do qual se despe, se esconde, se mascara. Nada é simples, nada é perceptível à primeira leitura, nada está sujeito à opção de preto e branco, cada verso deveria ser lido sete vezes (...)» Rita Ferro in Prefácio Ilustrações de António Bivar Segurado