A REPÚBLICA - 100 ANOS DEPOIS No bicentenário do nascimento de ALEXANDRE HERCULANO No centenário do nascimento de MIGUEL REALE No cinquentenário do falecimento de JAIME CORTESÃO No ano da morte de ANTÓNIO TELMO Neste número, onde fazemos o balanço dos 100 anos da República, reunimos cerca de três dezenas de textos, que, uma vez mais, nos chegaram dos mais diferentes lugares do espaço lusófono, de insignes personalidades da nossa Cultura. Como sempre, as perspectivas são diversas, mas, em todas elas, se sente, em maior ou menor medida, um travo de insatisfação - sinal de que a promessa republicana, 100 anos após a sua instauração, está ainda muito longe de poder ser dada por cumprida. Como defenderam os nomes maiores da Renascença Portuguesa, a República não se cumpriria pela mera substituição do Chefe de Estado - de Rei hereditário para Presidente eleito. Muito para além disso, a República, para a geração da Renascença Portuguesa, era uma promessa de maior alcance, em prol da constituição de uma verdadeira Comunidade. 100 anos após a instauração dessa promessa, verificamos que ela ainda não se cumpriu. Mas não ficamos pela mera lamentação, como, infelizmente, é costume entre nós. Antes abrimos horizontes para que essa tão generosa promessa se possa finalmente cumprir, também aqui seguindo o exemplo das pessoas da Renascença Portuguesa: pessoas que tinham um amplo e profundo sentido da Cultura, que incluía - diríamos mesmo: que exigia - um forte empenhamento social e político, ainda que não necessariamente partidário. Ensaio, poesia e outros temas A Águia foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A Nova Águia pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu "espírito", adaptado aos nossos tempos, ao século XXI, como se pode ler no nosso Manifesto. Inspirando-se na visão de Portugal e do Mundo de Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, a Nova Águia assume-se como um órgão plural.