Frequentador assíduo dos autores e obras da Grécia e Roma clássicas, Manuel Alegre, sobretudo através dos mitos, reflecte sobre os problemas do homem moderno e realça os valores ainda hoje vivos, valores perenes. De modo especial sentiu-se atraído por Ulisses, pela sua contraditória ânsia de aventura e de partida, por um lado, e pelo desejo de regresso a casa e à paz do lar, por outro. Este herói homérico - ou melhor, o que ele simboliza - no dizer de João de Melo, "mais do que o virgiliano Eneias, é o verdadeiro profeta, o signo da própria errância û possivelmente até mais do que o próprio Camõesö.