Tendo desempenhado múltiplas actividades no âmbito da política cultural, o autor convida à reflexão sobre questões pertinentes desta relação. Às diferentes dimensões analisadas não é alheia a sua formação em Sociologia e História, o que resulta num ensaio polissémico, por vezes algo controverso e provocador. Sem receios do «politicamente incorrecto», Fernando Pereira Marques persegue o seu objectivo de alertar as nossas consciências para a necessidade de inverter as concepções de desenvolvimento e sociedade, moldadas pelo curto prazo e uma visão instrumental do Homem e mercantilista da vida. Numa obra de grande valor pedagógico, percorre as origens da cultura, a relação com a política, a politização em regime democrático, a crise da cultura e o repensar das políticas, a relação com as novas tecnologias da informação e da comunicação, o império da imagem e a religião televisiva, o fracasso da democratização cultural, a necessidade de resistência à desumanização da cultura, que destrói os fundamentos do paradigma cultural ocidental, o impacto das novas tecnologias na memória colectiva, a mercantilização da cultura, a ilusão multicultural em que vivemos e a importância da cultura para o desenvolvimento.