A literatura de guerra existe e é uma preciosa auxiliar da História A literatura da guerra colonial ganhou identidade e autonomia. Neste livro Mário Beja Santos fala de ex-combatentes, a partir de meados dos anos 60 até hoje. Mas inclui incursões de outra índole: estudos militares, excursos históricos, reportagens, olhares da memória, visitas depois da guerra. São oficiais milicianos e do quadro permanente, sargentos, praças, escritores e jornalistas. Alguns escrevem uma só vez, outros regressam diferentes vezes. Há quem tenha começado a sua carreira de escritor em torno da Guiné, Depois, abruptamente, cortaram relações com esses tempos de combate. O 25 de Abril desaperrou constrangimentos, as línguas soltaram-se, até hoje. Este género literário está muito longe de ter-se esgotado. Ninguém pode deixar de estar atento a estes romances, memórias, poesia, diários. Porque a fantasia muitas vezes disfarçou-se da cruenta realidade, jamais esquecida.