O presente trabalho tece uma reflexão sobre o Mosteiro de Tibães, focando-se nas alas de dormitórios e celas. Trata do significado da forma construída desse espaço privado (a cela e o conjunto de espaços individuais das alas, com o seu papel no organismo do mosteiro), estruturando e sendo estruturado pelas diferentes tipologias e morfologias, tomando como chave a época em que se inserem e de que são produto. É também objectivo deste trabalho estudar a forma como estes espaços evoluíram no tempo, que espaço ocupam ou ocuparam, quais as suas potencialidades de transformação, e como poderão, por isso, ser reconvertidos. Em 1986, o Mosteiro de Tibães, vazio e em grande estado de degradação, é comprado pelo Estado Português, dando-se início à limpeza do edifício, dos caminhos e jardins, e da cerca, a que se segue a substituição dos telhados e a consolidação das paredes. Este Mosteiro passa a ser entendido como um espaço cultural que não se limita ao espaço do edifício, que recebe colecções, mas que se estende às zonas de ruína e à sua cerca, e suscita a musealização desses espaços como forma de valorizar a sua leitura, enquanto monumento, por parte dos visitantes, e de dar a conhecer a importância do seu património nos diversos sectores da história e da arte portuguesas, servindo-se, para tal, dos diversos objectos culturais que utiliza no estudo, conservação e divulgação: naturais, históricos, arqueológicos e artísticos. O programa de reutilização do Mosteiro orienta-se para: a preservação do património existente;o estudo e documentação;a educação e cultura;e, conservação, restauro e recuperação.