A intenção da autora era tratar o perfil psicológico de Franz Stangl, o monstro que dirigiu o campo de morte de Treblinka. Conseguiu-o de forma brilhante através de entrevistas com o próprio, com os que lhe eram próximos e alguns dos que conseguiram escapar ao abraço mortal das suas forças. Mas, de caminho, o que acaba por surgir é o retrato fiel e impiedoso da indústria da morte nos campos nazis de extermínio e o perfil de uma política de princípios e valores dificilmente imagináveis num mundo dito civilizado, com o seu cortejo de inesperadas cumplicidades por parte de forças sociais e institucionais acima de qualquer suspeita.