Entre o fim do Estado Providência e a ascensão do empreiteiro, a cooperativa de habitação parece ser uma das poucas formas do arquitecto cultivar hoje a arte do habitar urbano. Pelo seu próprio estatuto, esta é claramente a instituição que melhores condições reúne de escapar ao duplo obstáculo que a mesquinhez burocrática e o oportunismo do lucro fácil impõem ao projecto. A escassez de tais instituições não lucrtivas na nossa sociedade é demonstrativa da dificuldade que temos hoje em agir colectivamente perante a massificação. É este para já, o primeiro aspecto relevante do complexo de treze andares erguido em Lisboa, em 1997, pelos arquitectos da Promontório.