Arneiro do Mar: parcela ínfima e sem pergaminhos da faixa litorânea a quem as areias dançarinas, espevitadas pelo vaivém impetuoso do azul imenso, emprestaram nome. Labutadores, os seus naturais amansaram o irrequieto areal fixando-o denodadamente num chão de dar pão a reclamar, pela sua pujança úbere, a redefinição do conceito de Gândara que, aos tropeções, vem saindo do esquecimento. Fluxos e refluxos migratórios enriqueceram-no e a cor favorável de conjunturas diversas foi-se impondo ao preto e branco que imperavam na maninha aguarela. O povoado já não é nenhuma pasmaceira ocupada por gente soez. (à) os matizes do campo e da cidade aparecem cada vez mais sumidos. As assimetrias esbatem-se e o modo de vida rural funde-se no urbano, tão asinha quanto o permitem os atalhos do éter e do atapetado asfalto. Ser da província já não é ser provinciano (...)