Trata-se duma poesia algo contida, profundamente sentida, conseguindo, magistralmente, equilibrar uma certa liberdade expressiva com o freio da musicalidade, musicalidade que, em muitos poemas, vai sendo construída tanto com o avanço do poema, verso após verso, como com a rima, que sentimos como nascida naturalmente, no encadeamento da onda poética e raras vezes artificialmente justaposta, pela intrusão de uma palavra só para obter esse efeito. Uma poesia muito natural, com algumas reminiscências das cantigas de amigo medievais ou das baladas românticas da nossa era. Uma poesia intemporal, portanto.