Os suspeitos do costume (mais ou menos) regressam ao local do «crime»: o Cartoon Xira. Como sempre, o chefe do bando, que responde pelo nome de António e se envolveu nestas actividades desde que há democracia em Portugal, seleccionou os restantes a dedo: Cid (praticante já no tempo da outra senhora, chamada Censura), Maia, Carrilho, Monteiro, Cristina, Gonçalves, Bandeira (recrutado apenas no ano passado) e Brito (outro recém-chegado, que, como emigrante, há muito atemoriza pela calada muitas almas no estrangeiro). Deve-se ficar de prevenção sempre que aparecer uma destas assinaturas escritas em papel de imprensa (e agora até também na Internet). Apesar da sua reincidência, nenhum deles foi ainda neutralizado pela brigada dos bons costumes. Continuam a desinquietar os detentores do poder, morem eles à esquerda ou à direita, sejam nacionais ou estrangeiros, estejam no governo ou na oposição. [à] A sua arma de eleição é o cartoon, que utilizam de forma demolidora, causando ataques de riso capazes de deixar os cidadãos indefesos. [à] A sua colheita de 2013, austero ano de uma demissão «irrevogável» por apenas uma fracção de tempo, de um brutal aumento de impostos, de cortes a torto e a direito, da emergência de uma Miss Swaps, de ajustes de contas em tribunal (Constitucional), de um líder oposicionista a fazer de morto, de um massacre de professores, de uma Alemanha «über alles» e de um Papa de tratar por tu, foi-lhes particularmente proveitosa. Resolveram concentrar o melhor desse seu espólio em Vila Franca de Xira, mais uma vez após uma recolha levada a cabo por António [à]. [Joaquim Vieira in «Aviso à navegação», Cartoons do ano 2013]. Os cartoonistas da presente edição de Cartoons são António Antunes [Vila Franca de Xira, 1953], José Bandeira [Lisboa, 1962], Carlos Brito [Lisboa, 1943], André Carrilho [Amadora, 1974], Augusto Cid [Horta, Açores, 1941], Cristina Sampaio [Lisboa], António Jorge Gonçalves [Lisboa, 1964], António Maia [Rio Maior, 1951] e Henrique Monteiro [Guarda, 1969].