«Os fundadores de ordens religiosas são pessoas que ouviram as palavras do Evangelho, acreditaram nelas e as puseram em prática. Construíram a sua obra sobre a rocha e ela resistiu às contrariedades do tempo. Aceitaram perder a vida e por isso a salvaram. Semearam a vida, como se fora grão de trigo, e o fruto por ela produzido foi abundante. Santa Beatriz da Silva é um desses casos. Podia ter sido uma estrela cadente à maneira do seu tempo. Era dotada de extraordinária beleza e vivia na corte dos Reis Católicos de Castela, uma das mais importantes da época. Mas recusou a glória momentânea da corte. Ela sentia-se atraída pelo brilho das estrelas e queria que a sua vida brilhasse para sempre no sistema solar que tem por centro a luz divina. Não hesitou em fazer da sua vida semente e recolheu-se, durante 30 anos, num mosteiro de Toledo, onde acabou por germinar a vida de uma nova planta - a Ordem da Imaculada Conceição, de que ela é fundadora. Passaram-se mais de 500 anos sobre a sua morte [e] o carisma que lhe serviu de norma contínua presente em cerca de 3000 monjas que habitam 150 mosteiros espalhados pelo Mundo [à].» (D. José Sanches Alves, arcebispo de Évora)