A divulgação de um artista plástico com a dimensão criativa do pintor Luís Dourdil - como gostava de ser evocado - cumpre na cidade vários objetivos: uns de teor patrimonial, que se articulam no âmbito da conservação e restauro, como é o caso da pintura mural do Café Império;outros que viabilizam a divulgação da arte e do seu criador, em tantos eventos que têm vindo a promover a revisitação do homem e da sua obra, trazendo a público e à reflexão inúmeras temáticas, por exemplo em contexto de tertúlia;e ainda outros que se dinamizam na revitalização da memória estética, também concretizada na relação espacial com o edificado, como é de referir os vários momentos de exibição do desenho, da pintura e da pintura mural. Estas comemorações e todas as iniciativas colaboram neste fim, interpelando a urbe em muitos e diversos lugares, convocando tão plurais participações, quanto criteriosas abordagens, reunindo à volta do nascimento do pintor Luís Dourdil - um belíssimo pretexto - para o reconhecimento do mérito. Tanto na obra pública ou do domínio público, como na obra que se diversifica pelas coleções particulares e institucionais - de natureza pública e privada - quer ainda na que nos deixou como artista gráfico de uma grande empresa farmacêutica, Luís Dourdil contribuiu indubitavelmente para o espólio criativo no panorama nacional e para a imagética da cidade. Evocá-lo pela diversidade de propostas é somente uma forma de Lisboa o homenagear, expandindo para as gerações futuras o que herdámos no presente, por altura do seu nascimento e agora cem anos depois. [Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura da C. M. de Lisboa]