"Em Aquilino, para além da excepcional e extensa obra literária, Urbano sempre admirou o compromisso entre pensamento e acção, tendo sobretudo em conta a activa militância republicana do autor de "Quando os Lobos Uivam" na juventude, a dura experiência do exílio e a firmeza com que se opôs, até ao final da vida, à ditadura de Salazar. Aquilino tornou-se, assim, um modelo intelectual e cívico que Urbano Tavares Rodrigues nunca deixou de evocar, quando o confrontavam com as personalidades que mais o tinham marcado como escritor e como homem." (José Jorge Letria)*********** Honra-se a SPA de poder contribuir para viabilizar esta edição, ainda no quadro de um ciclo de homenagens iniciado poucas semanas após a morte de Urbano Tavares Rodrigues com a publicação do livro-entrevista e com a inauguração de uma exposição de fotografias suas tiradas pelo grande fotojornalista Alfredo Cunha. A António Valdemar, cooperador da SPA e figura ímpar da nossa vida cultural, com a sua memória prodigiosa e sempre apurado sentido crítico e paixão pela cidadania e pela liberdade, agradecemos a disponibilidade para dar a forma final a esta edição, de forma a torná-la totalmente fiel à memória de Urbano e, através dele, também à de Aquilino Ribeiro. Com a sua intervenção todos ficámos a ganhar. [José Jorge Letria] *** Aquilino visto por Urbano apresenta-nos, em sete áreas demarcadas, o contributo que Urbano legou ao corrigir leituras superficiais de outros em redor de um Aquilino numeroso e vário, criador de uma língua própria, voltado para grandes questões da condição humana, para a fugacidade do tempo e para o peso da memória e, simultaneamente, para o homem comprometido na intervenção cívica, na luta pela liberdade, na defesa da República. [António Valdemar]