Este ensaio questiona algumas das estruturas reconhecidas como definidoras da sociedade arabófona do ocidente saariano;sendo destacados os elementos que complexificam a longa inscrição histórica desta população, questionando outros que, mais recentemente, tendem a simplificá-la. Este contexto é introduzido através de um documento português de meados do século XVI, que a partir da feitoria de Arguim serve a imediata incorporação de uma visão europeia sobre o Saara, ilustrando também a profundidade dos laços desde então estabelecidos com as diferentes populações da região. Será igualmente apresentada uma compilação de tradições orais que actualmente descrevem os iniciais encontros euro-saarianos, assim como o seu relevo nos mecanismos de filiação tribal e estutária que, até hoje, definem a região.