«Relativamente sua poética anterior - desde A Voz e o Sangue (1967), A poesia deve ser feita por todos (1970) ou O Cárcere e o Prado Luminoso (1990) - em que o discurso actualizava uma praxis e uma dinâmica interna que o iluminava como signo totalizante da razão poética, não deixa de ser surpreendente a renovação profunda operada por Carlos Loures no seu fazer poético. Mas o Autor, diga-se desde já, manifestou sempre uma grande disponibilidade para a experimentação de novas formas rítmicas, de novos processos para estabelecer uma relação dialéctica com o real, o que indicia um enriquecimento técnico e um novo aproveitamento da estrutura das imagens, sem que isso determine, de modo nenhum, o "sacrifício" da expressão intencionalidade de comunicar, porventura uma mensagem de alcance até mais universal.» Manuel Simões (Prefácio)